segunda-feira, 21 de setembro de 2009


A Falácia da Verborragia.

Tem gente que pensa que o muito falar é o bem falar. E tem outros que pensam que o não falar é não se posicionar. Uns organizam as palavras estrategicamente de modo a se fazer acreditar que possuem algum conteúdo válido a demonstrar. Traiçoeira ilusão. Inventar, disfarçar, maquiar, desviar. Infinitivos amálgamas para um único fim. Te levar, me levar, nos moldar num mar de caos pintado de rosa. E os maiorais vão surfando nessa onda, da hipocrisia ao conto fantástico. Outros digerem suas línguas e seus pensamentos, sonhando que não são nem esquerda, nem direita, nem de cima, nem de baixo. São a. Apolíticos, arrítmicos, alienados, analfabetos, atores coadjuvantes. Ambos totalmente obsoletos. Me diga com que verbetes constrói teus argumentos e lhe mostrarei com quantos paus se derrubam suas idéias. No mundo das idéias, a ditadura dos sentidos.

Falei bonito e não disse nada.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

E aquele a quem foi negada a terra para manutenção da vida, jaz agora deitado sob seu sonho, conquistado finalmente para acolher sua morte. Nada mais cruel e irônico. Lutar incessante até o encontro da bala fria com seu corpo rude, para enfim descansar no seu leito almejado. Um país de infantes gananciosos, nada mais. Que aprenderam a brigar desde cedo por seus desejos egoístas, sem nem mesmo conhecer a razão que os motiva. O tempo passa, mas as histórias continuam as mesmas. Primeiro o roubo. Dos direitos, da dignidade, da condição de homem, da vida. Depois o enterro. Da palavra, da revolta, da Justiça. Só mesmo velado, para sentir as flores, o carinho das lágrimas e ter seu pedaço de chão. "... porque o Brasil é meu e dou ele a quem eu quiser."