quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

E, de repente, volta aquela vontade de escrever, reescrever, pensar e repensar. Avaliar os dias cinzas que começam a ganhar contornos de calor e renascimento. Agradecer e reconhecer os sofrimentos que nos ensinam árduas lições e quebrantam duras cervizes. Ver secar a umidade que margeia os olhos. Perceber que os pedaços podem ser religados, e os ossos secos podem ser ressuscitados. Este som de folhas secas sendo pisoteadas me remete ao outono que chegou e logo deu lugar a outras estações. O vento frio que me fez retroceder varreu as ruas, revelando novas belezas. E as janelas outrora fechadas se reabriram para receber a brisa que sinaliza o dia novo. O cheiro doce das manhãs que se levantam triunfantes, o estalar das ideias que desabrocham em novas percepções, o caminhar sereno de quem sabe que já não anda sem direção. Há um caminho que se forma gradativamente, revelando um destino glorioso de graça e perdão. Há, finalmente, compaixão que renasce em meio a essa gratidão, e um fôlego de vida que renova os sonhos que conduzem meu coração.

Há Deus, há amor incondicional, há fé, há vida eterna! E há, portanto, lutas que valem a pena.

Um comentário:

Tereza Cristina disse...

Deixe a poesia tomar forma de letras, as letras de palavras, e as palavras, de pensamentos!!